O dom da intensidade

março 8, 2009

Não ligaram para meus  desenhos, nem tampouco para as letras  muito bem pintadas que  trago na alma. Com as pontas dos dedos, sutilmente rasgaram o esboço do que sou.  Em meio as gargalhadas, a esperança foi fuzilada.

E no final, ironicamente,  os cheiros que exalam no ar, não são os das lágrimas que escorrem, mas o perfume da persistência e da compaixão.

JCL

O ontem de amanhã

março 5, 2009

Sinto!

 

Momento do silêncio 

Silencio 

prenuncio do violento

Da re-evolução.

JCL

Paralelos

março 5, 2009

 

Não devemos tentar entender o que não quer ser decifrado

As linhas da vida se cruzam e se separam

E uma simples atitude pode mudar tudo

 

Uma vez alguém me disse que vivemos em linhas paralelas

Só que elas se encontram em algum momento 

E não podemos escolher quando,  onde ou porque

 

Gostaria de mudar a ordem dos acontecimetos 

Mas a ordem deles me mudou primeiro…..  

JCL
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março 5, 2009

11

 

 

 

Quarta, 11 de junho de 2008 – São Paulo 

O:23 

De repente, num instante, em meio a conversa de bar, percebo que apareceu em minha vida uma pessoa especial. Sei que me deixo envolver muito pelo momento, mas desta vez foi diferente, me surpreendi sendo abraçada por um olhar carinhoso e sedutor, que, tão subitamente, me fez sentir a beleza de uma felicidade singela. Ao mesmo tempo, pasma e encantada, devo ter deixado transparecer que meu olhar, que outrora era triste e pensativo, deu lugar ao brilho, que minha face pálida, enrubesceu-se com ardor, que o peito arfaou.

Será possível ter por um estranho, sentimento tão arrebatadamente sereno. e perceber que a reciproca procede?  Involuntariamente sinto medo de novamente, passado o instante, receber um olhar distraído e até mesmo arrependido, os vestígios de uma certa tristeza mortal e o despeito por aquele entusiasmo de um momento…

Aos poucos, em cada conversa, em cada ação me encanto ainda mais, por ver neste inesperado homem, características tão belas que infelizmente estão esquecidas por muitas pessoas, e a cada encontro o que sinto se reafirma, não como um sentir efbro, pois tudo que eu vivi até aqui foi o oposto: sentimetos tensos, conturbados, incompletos,émero e tenso, mas como a tranqüilidade de um santuário. Me sinto completa ao lado dele. E ao toque de nossas peles, de nossos corpos  entrelaçados, sinto uma alegria plena. Me assom e por cautela me afasto.

Que fraqueza a minha! Não quero esperar para viver esta história quando mais nada ela significar e experimentar o gosto amargo do tempo perdido. Não quer lamentara que a beleza tenha se esgotado tão facilmente, e que ela tenha brilhado ilusória e inútilmente,  lamentar não ter vivido…

JCL

 

O texto a cima tem como base o seguinte trecho do livro Noites Brancas de  DOSTOIÉVSKI. 

 

“Há algo inexplicavelmente comovedor em nossa natureza petersburguense quando, como o aproximação da primavera, ela mostra de repente, todas as sua forças que lhe concedeu o Céu, e se cobre de veludo, se embeleza e se adorna com flores… Involuntariamente ela me fez recordar daquela moça seca e e enfermiça, para qual você olha às vezes com piedade, às vezes com certa compaixão. e as se quer a percebe, mas que de repente , num instante, de modo involuntário  e inexplicável, aparece surpreendentemente bela; e você pasmo e encantado , sem querer pergunta a si mesmo: que força faz este olhos triste e pensativos brilharem com  um fogo assim? o que trouxe sangue para  essa face pálida e ressequidas? o que regou de paixão esses traços delicados do rosto? Porque arfa este peito? o que trouxe tão subitamente a força, a vida, a beleza para o rosto desta pobre moça, fazendo-o brilhar e arder? Você olha ao redor procura por alguém, tenta compreender… Mas passa este instante e, talvez no dia seguinte, você encontre novamente aquele olhar distraído e pensativo de antes, aquele  mesmo rosto pálido, aquela mesma docilidade e timidez nos movimentos e até até mesmo um arrependimento, os vestígios de uma certa tristeza mortal e do despeito por aquele entusiasmo de um momento…Você lamentara que a beleza de um instante tenha se esgotado tão rápido e facilmente, que ela que ela tenha brilhado de  forma tão ilusória e inútil na sua frente – lamentará até mesmo não ter tido tempo de ama-lá…”